segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Te sinto como uma sombra,
Pelo vazio em que a casa caiu...
Toco seu rosto, olho nos seus olhos e ainda me espanto,
Sem ter pra onde ir, medito, junto com as plantas do quintal!
Não corro porque quebrei minhas próprias pernas numa corrida desesperada,
E só alcancei nesta estrada desespero e dor e vazio e saudade...........................
Devo me transformar num zumbi celibatário daqui a frente
Mesmo que ache o excesso em outra parte que não em ti!
Me transformarei num miserável platônico contigo!!!!

Que esse fósforo me queime é só uma constatação que
Pode muito bem não se repetir. Ainda assim!
A leitura de ti e de mim apresenta o mundo e a morte,
Não dois diferentes, mas coexistindo juntos e separados!
Todas as janelas de alumínio e toda a perfídia e amargor
Recheadas nesta casa desabitada durante as horas vazias, durando!
Que eu não possa mais criar minhas rãs embaixo das axilas
E lhe oferecer rosas negras, com um hálito mortificante...

Que a morte seja adorada como segunda possibilidade,
Novas ligações e virtualidades não anunciadas,
Que você atrevesse minha superfície opaca, esta poça que sou!
Minha querida Alice caindo por dentro da minha pele, escorregando...
Meu amor, eu viverei sempre o que amo, e eu amo você!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

El perro loco es uno payaso
En la calle dormi, this is bullshit!
Escuta chiquita isso é apenas a voz do silêncio...
Pois toda a estrada caminhada sem rumo, nem sempre é vida.
Assim como nem todo monstro morre pelas mãos do herói.
Por vezes alguns meninos voam como vinis pelo céu,
Aterrizando aterrorizados pelas ruas imundas do inconsciente explodido
Com gritos desarticuladamente ingratos e cheios de asneiras.
Quisera poder estar a transbordar apenas rosas ou ambrosia,
Ou melhor colocado, exortações mais poderosas, rezas pagãs
Que conclamem uma imanência saudável e um sexo inteiro...

De que adianta minha querida Ariadne gritar em suas orelhas
Este grito pequeno e inútil, capaz de quebrar vidraças?
O filho do futuro não pode carregar dúvidas, quanto ao valor da existência.
Peleu se faz de Dedé Santana, subvertendo o devir em história,
E se o mundo é apenas um finito deserto infinitamente cheio de solidões
Quem seria esse caminhante inominado que persegue o fraco?
Apenas um triste vagabundo sem canção, com suas ladainhas in-significantes,
Ou um enorme bebê vampiro castigado pelos pecados do mundo?
Pois então, todo choro fingido será e sempre foi percebido, mesmo durante o sono!
Nem tudo que é inútil é poesia!