segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Para Hank!


Descolado da cadeira, seguindo na trip de outro homem, com a máquina de frente para uma mulher de pernas fechadas, vida acertada, cavalgada sem juízo. Caminhando sem sair do lugar, chegando a outras paragens com uma descarga elétrica que chega desavisada. Ouvindo a explosão de rojões que me fazem estremecer como um bebê caindo na terra pela primeira vez na linha reta do tempo. O coração esmigalhou-se de uma vez por todas e não há salvação possível, além daquela que é vista, que é sentida, que é escrita na carne. Vivre sa vie, com a câmera-Cassavetes ao pé do ouvido que é por onde alimento-me de uma vez por todas, nessas ruas infinitas, onde não se ouve nada, não se vê ninguém e nunca odor algum se faz sentir, apesar de sempre tomar a precaução para estar com todos os poros abertos. Um grito que seja, somente um! E quem sou eu, se não todos os gritos e ruídos que nos circundam? Todos os pedaços espalhados no meio da praça, que alguém recolhe e transforma num caldo endurecido. Enfim, viver a vida, com o olho câmera mirando-a , caminhada sem roteiro, escrita musical de pai desconhecido e mãe morta durante o processo de parto. È na encruzilhada que se vende a alma ao diabo e toma-se a trilha para outro viver.
Pois todos sabem que Deus é Bom mas o Diabo não é nada Mal!!!!

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